13 de julho de 2009

Silêncio


Para muitos o silêncio é insuportável, para outros tantos é deprimente e sufocante. Contudo, numa relação o silêncio pode ser simplesmente mágico. Não falo de um silêncio constrangedor, em que cada um segue um rumo oposto, e que se fazem ouvir os barulhos dos passos ruidosos e tristes. Falo de um silêncio pacífico, em que duas pessoas se olham, ou olham o mesmo horizonte, em que nada dizem porque nada mais há a acrescentar. Em que um gesto e um olhar valem mais que todas aquelas palavras gastas e banalizadas por seres que nunca as sentiram.

Pode haver algo mais belo que o silêncio cúmplice de dois eternos amantes? Não consigo pensar em nada. Muitos acham que o amor é passear e exibir um troféu, quanto mais belo melhor, que chame a atenção e dê nas vistas, causando inveja pelos vizinhos. Outros julgam que o sexo tudo resolve e nada mais existe para além de um acto físico. Outros tantos pensam que o amor se resume àquilo que vão pensar se não estiverem bem acompanhados.

O amor não se define, sente-se e conquista-se. Para mim há amor quando o silêncio perdura e sabe bem, quando as palavras já nada significam. Quando a companhia ajuda a suportar tudo, quando as obsessões pelo sexo e pela imagem social dominam, não pode haver amor, existe sim consumismo de outro ser humano. E há seres que se alimentam disso, de outros humanos, da sua paixão e dedicação.

Não é preciso já ter amado ou amar para perceber se os outros sabem o que isso é. Basta dedicarmos cinco minutos do nosso dia atarefado para pensar sobre aqueles que nos rodeiam e que pela nossa vida passaram: quantos tentaram consumir-nos? quantos tentaram usar-nos? Muitos.... agora está na hora de procurarmos o nosso silêncio...



Roubado daqui - http://visto-do-ceu.blogspot.com/

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